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domingo, outubro 31, 2010

Exposição Cascas Vegetais

Hoje venho aqui pra mostrar um pouco do que foi feito por meus alunos após a visita a Exposição de Cascas Vegetais, da artista plástica Sônia Lessa.

Trata-se de uma exposição de esculturas feitas com cascas vegetais dos mais variados tipos e origens. O mais interessante de tudo, é que nenhuma das peças foi colada uma a outra, nem parafusada, nao são fixas. São esculturas altamente sensíveis, na base do equilíbrio e da justaposição o que foi um desfio as crianças que precisaram andar bem devagar no auditório onde a exposição acontecia, bem como evitar falar alto e principalmente: evitar tocar.

Fomos recebidos pela artista, que aliás é uma ótima contadora de histórias, conseguindo prender a atenção dos alunos mais inquietos que tenho. Ela contava sobre a origem de cada casca e o que se poderia fazer com ela, Por exemplo, havia uma escultura feita com galhos e cascas de urucum (Bixa orellana).

Ela chamava a atenção das crianças para o uso do urucum. Também conhecido como matéria prima do colorau (tempero em pó avermelhado usado em comidas), há muito tempo já havia sido utilizado como corante pelos índios e acima de tudo, como repelente. E lá ela tinha uma mistura das sementes com seiva vegetal, que rendeu uma tintura para colocar nas mãos das crianças para que elas pudessem criar seus próprios desenhos. Bem legal.

Além disso, também pudemos ver por lá a utilização de uma casca de cipó, chamada pente de macaco (Pithecoctenium crucigerum), e a sua forma de se propagar lá do alto das árvores. 


Estão vendo algo beeem fininho em meio as duas cascas? É uma das várias sementes que são aladas e vão para beeem longe onde possam se reproduzir.

Além disso também vimos o uso frequente da cabaça (Lagenaria siceraria), e da casca do que acredito ser pé de pau (cujo nome não tenho certeza, nem achei o nome científico).

Após muita história, as crianças foram convidadas a experimentar. O que lhes foi merecido, já que eles tentaram por tudo não tocar nas peças da exposição. Abaixo, algumas obras de meus alunos, fruto de sua paciência, concentração e criatividade.






Parece difícil? É porque você ainda não deve ter tentado. O interessante é que eu estava fazendo umas reflexões com a Sônia, acerca do quanto se torna fácil uma vez que você conhece o comportamento da casca em repouso, quando acha o ponto de equilíbrio dela e tal...Aí ela levantou uma questão interessante: percebemos o quanto é mais fácil trabalhar no material conhecendo suas falhas, e que são essas falhas que ajudam a manter o equilíbrio necessário a existência das esculturas. Se o material fosse perfeito, nao conseguiríamos apoiar uns nos outros tão bem. E ela me disse uma coisa que me deixou pensando mais...vamos levar isso para as nossas vidas. Será que não é bem assim também?
Vou encerrando por aqui com essa questão para reflexão de meus possíveis leitores. Agradeço muito as visitas e adoraria receber comentários, se assim meus posts merecerem.


Um comentário:

  1. Oi Dani,
    adorei o post!
    Fiquei com vontade de ver a exposição!

    quanto as falhas, penso que se a gente as conhece bem, aprendemos a lidar com elas e a transformá-las a nosso favor! =)

    =*

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